sexta-feira, 20 de setembro de 2019

CASARÃO



Construído entre 1910 e 1912 - com teto de zinco vindo da Suíça e o piso importado de Riga, capital da Letônia -, o casarão do médico e ex-deputado Afonso Moreira de Loyola Barata, o Doutor Barata, há décadas é vítima do abandono e do desinteresse por parte do poder público no que diz respeito à sua restauração. Em 2000, época em que o Tribunal de Justiça pretendia demoli-lo para, em seu lugar, fazer um estacionamento, pesquisadores e estudantes de arquitetura, assim como instituições voltadas para a preservação do patrimônio histórico da cidade, protestaram contra o projeto do judiciário.

A mobilização teve como consequência a assinatura de um termo de compromisso entre o governo do estado e o TJ, no qual determinava que a obra de recuperação do prédio ficaria a cargo da Fundação José Augusto. Seis anos se passaram e, após contato com o coordenador de obras da FJA, Sérgio Wiclife, a informação é de que, pelo menos até o final de 2006, nada será feito no casarão. A casa onde outrora funcionou o Hotel Majestic, e que até hoje consiste num dos poucos registros da arquitetura mourisca em Natal, não está entre as 27 casas de cultura do estado que a fundação espera estar construindo este ano. O projeto de transformá-lo no Memorial do Poder Judiciário, por sua vez, não saiu do papel.

O prédio fica na esquina das ruas Ulisses Caldas e D. Pedro I. Ali, no local onde foram erguidas as primeiras casas da cidade - no início do século XVII -, foi também residência de Alice China Barata (filha de Afonso de Loyola Barata) até os idos da década de 1960, pouco antes de virar Hotel Majestic. Ainda resistem a depredação parte da fachada e a escada que dava para a grande sala. Porém, o cenário para os que passam em frente ao casarão é desolador. O abandono, de acordo com comerciantes da redondeza que preferiram não se identificar, transformou-o em ponto de consumo de drogas e banheiro público.

O Poti esteve visitando, no meio da semana, o prêdio que foi tombado pelo Patrimônio Histórico do estado e pôde ver garrafas de cerveja, tênis velhos, latas de tinta queimadas. Quando o sol baixa, os vândalos costumam usar o casarão como dormitório. Os populares que o fazem de cortiço quebraram os tapumes e vários pedaços do muro.
FONTE – PATRIMÔNIO: LAZER E TURISMO

AFONSO MOREIRA DE LOIOLA BARATA



Afonso Moreira de Loiola Barata nasceu na cidade de Natal no dia 20 de setembro de 1862, filho de Urbano Joaquim Loiola Barata. Fez seus estudos primários em Natal e posteriormente no Ginásio Pernambucano, em Recife. Em 1883 ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, onde se formou em 1888. Depois de formado passou a clinicar em Natal, como médico do Exército. Após a instalação do regime republicano em 15 de novembro de 1889, aderiu à República e em 1891 foi eleito deputado estadual constituinte no Rio Grande do Norte. Cumprido o mandato, mudou-se para o estado do Pará, onde clinicou e, em 1895, tornou-se médico regional da Diretoria de Higiene Publica. Em 1898 regressou a Natal e foi nomeado inspetor de saúde do porto e médico do asilo de alienados. Em 1915 foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte e em 1918 foi reeleito. Ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados, na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, de maio de 1915 até dezembro de 1920.
Faleceu em Natal-RN, no dia 20 de novembro de 1934
Raimundo Helio Lopes
 FONTES: ABRANCHES, J. Governos; CÂM. DEP. Deputados brasileiros.

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